OURO, LATÃO E FELICIDADE

Vou escrever reflexões sobre a vida, sobre coisas da vida, sobre o amor, sobre a satisfação pelas pequenas e grandes dádivas e realizações, sobre o sofrer por querer e, muitas vezes, por antecedência, por coisas que poderão ou não acontecer. Vou escrever também sobre a história da humanidade, sobre a humanidade, sobre a política, sobre a religião, sempre buscando ajudar o leitor a encontrar a felicidade, que está bem debaixo do nosso nariz, mas, muitas vezes, não a reconhece por uma certa exigência demasiada, querendo estar lá na frente, esquecendo de aproveitar o instante que agora esta aqui; talvez por viver a lamentar o bem que não lhe foi feito, ao invés de ser feliz pelo bem que já lhe fizeram, ou por viver ansioso pela possibilidade de alcançar ou não suas grandes realizações, desprezando as pequenas, deixando de usufruir delas, quando elas é que o conduzirão às grandes.

É preciso sempre lembrar que a escada da felicidade é feita de degraus, que são, cada um, uma realização em si, uma vitória, um bem, que se deve valorizar. Se somos felizes em cada uma dessas pequenas etapas seremos felizes por muitas vezes, por muitos momentos, enquanto que se depositarmos nossa felicidade apenas em um grande motivo de satisfação remoto teremos apenas esse motivo de felicidade quando o alcançarmos e seremos felizes uma única vez, além que até que o alcancemos viveremos infelizes por imaginar a possibilidade de não o alcançarmos.

Devemos saber aproveitar as oportunidades. Elas são muitas: Oportunidades de nos realizarmos e sermos felizes passam todas as horas por nós, porém, não as reconhecemos, ou as criticamos por elas nos parecerem pequenas. Todavia, como já disse, podemos criticá-las e desprezá-las esperando a grande oportunidade que, talve, chegue, porém, pode ser que também não a consigamos reconhecer.

Portanto, é melhor ser feliz por uma vitória com apenas um gol, por um parabéns sem presente, por uma bicicleta que não é uma moto, por um beijo de aniversário de casamento sem um jantar caro, do que não ser feliz por nada, viver criticando e ainda sendo mais infeliz por tudo isto, além de fazendo os outros infelizes com nossa insatisfação.

Certa vez Miguel Ângelo fez seu servo arrastar longa distância uma tosca e horrível pedra dizendo que ele vira um anjo nela. Pois naquela pedra ele mesmo esculpiu a figura magnífica de um anjo. Assim, em muitas outras pedras brutas ele viu grandes personagens, esculpindo David numa, São Pedro noutra, transformando-as nas obras de arte mais notáveis e caras da humanidade.

Você está esperando que uma barra de ouro passe reluzindo em sua frete para você julgar que é apenas latão?

Pense nisto.

Por Wilson do Amaral.

Bê Hauff Witerman
Enviado por Bê Hauff Witerman em 13/05/2008
Reeditado em 14/05/2008
Código do texto: T987330