Re-visita

Veja quanta coisa. Coleciono impressões. Era um tempo não tão distante quando brincava de sonhar. De qualquer maneira era belo. A luz que entrava por uma fresta. Lembra-se? Claro que não. Ambientes profanados, manchados de outras histórias. Ali mesmo, na maciez fresca de uma tarde, em um tempo era suspenso desejo e som de chuva, musica meio distante- aquela que apreciávamos-. Noutro tempo eram as lágrimas e um abraço confortável e aquela necessidade de explodir e entregar-se em soluços. Romper em lagrimas as magoas já esquecidas.

Revisitar fotos e álbuns de sentimentos. Re-encontrar velhas canções num simples gesto. Fotos coloridas, fotos em pb. Lembranças em sépia. Dos lábios meio que encostados àquele cantinho da nuca. Um desfilar de vontades pré-sufocadas. O desperdício antigo. Qualquer potencialidade. Ainda as velhas ondas. Viva os enigmas das palavras!!! E os enigmas de forma geral, que tanto me agradam, menos quando fazem sofrer- ou quem sabe ainda assim-.Num principio que não entende os outros, não entende ninguém. Escuto e vem de dentro, como sempre. Seriam visões ou premonições? Nas irritantes ondas que me desfazem.

Há de haver prazer em qualquer lugar, mas há um espaço reservado para uma fidelidade impedida e desnecessária.

(E além do mais havia tantas coisas que não foram entregues, como palavras e gestos. Que coisa mais tola é privar-se por sentir. Que coisa inevitável. )

Elle Henriques
Enviado por Elle Henriques em 15/05/2008
Código do texto: T991350