Dedilhando sensações extemporâneas

Então, é tempo de escrever, mas não há o que dizer.

Uma sensação de nostalgia aporta o pensamento;

Ninguém entende como funciona este tormento.

Então é tempo de calar já que não existe nada a declarar.

E o que seria do dia de amanhã se não pensasse?

Talvez apenas um esboço do que imaginasse...

Uma idéia acaba sepultada, morta e ignorada!

De que adianta pensar, se podre e fétida a política vai continuar?

Ah, sim, lá estão os ladrões, mas ninguém faz nada.

Grande coisa, deixa assim. Já chegou a madrugada.

Amanhã, ninguém vai lembrar de todo o dinheiro roubado;

CPI virou apenas mais um palanque para aquele deputado.

Mas então, a eleição se aproxima...

Ei, senhor político, me consegue uma propina?

Ah, pensando bem, obrigado! Não preciso de favor.

Vou continuar trabalhando, suando e buscando explicações.

Eis a ignorância, por que não ser corrompido?

Em um mundo onde não há fidelidade a nenhum partido.

Ideologia é aquele papel na lata de lixo, todo rasgado.

Lá, no meio de algo podre, tem a foto do deputado.

Então é tempo de escrever, mas de que adianta reclamar?

Uma sensação de impotência vai assaltar o pensamento.

E levar embora a razão e o tal discernimento...

Não há certo, nem errado! Dá aqui essa grana, seu deputado!