O DIA EM QUE O DIABO MORDEU O RABO

Foi no dia de São Tomé, lá pras bandas de Rolante,

ninguém saberá explicar, como deu-se o acontecido,

todos viram , ninguém conta,

essa história sem sentido.

Vi falar que nesta hora

em que o demo apareceu,

deu faísca, raio, enxofre, tudo a que

tem direito,

mas não pensem que fugi,

sou macho de muito respeito.

É verdade, não fugi, mas os olhos desviei,

as pernas correram errantes

e não sei como explicar,

minha sombra chegou antes.

E o tal diabo,afinal,

que foi que fez, que queria?

Ficou muito espantado

por conta da correria.

Mas tenho pra mim que foi engano

daquele que veio das trevas,

cair num buraco de vila

xinfrim, só lodo e macegas?

Mas entonces quem que viu

o tal diabo afinal,

se todo mundo fugiu

pras bandas do matagal?

Ver de olhar, não viu,

sentir de encostar, não sentiu,

cheirar de fungar, não cheirou,

muito menos provar de sentir o gosto, cruz credo!

Só se sabe que o capeta,

aquele de nome Diabo,

de tanta raiva,arranjou

por morder ó próprio rabo!

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 24/05/2006
Reeditado em 14/04/2008
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