U VÉIO BOIADÊRO!
 
 
Esporeio o meu cavalo
cortano o sertão bravio
A Maria me ispera
e tomém os nossos fio.
 
Toco, ártu o meu berrante
para avisar da chegada
deste cavaleiro errante,
que vagueia pela istrada.
 
A sodade aperta u peitu
eu suspiro di aligria...
Chegu apresssadu, mi ajeitu
nu abraçu di Maria!
 
Aminhã levantu cedu
pra sigui novas jornada.
Mi benzu i sigu sem medo
pra tocá minha boiada.
 
O meu camim é incertu,
Vô pisano im ispinhêro.
Sigo livri, peitu abertu
- sou um veio boiadêru!
 
Cuãnu a tristeza um instanti
mi aperta u coração.
Toco bem ártu u berranti
pra fastá a sulidão!
 
(Milla Pereira)



 
Texto desenvolvido por mim, a partir do comentário
que fiz ao belo poema Alma Sertaneja
do poeta e amigo Deley!
(http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3418485)

 

Ótimo Domingo a todos!