A triste sina do jeca.

  Pra modincontrá Jurema
 Tascá um beijo na prenda
 Meu mió traju visti,
 Aparei us pelo da cara,
 Tosei a crina criscida,
 Merguiei no meu prefumi.

 Peguei meu chaper novim,
 Montei nu meu pangaré,
 Passei antis no buteco,
 Tomei dois dedo de mer,
 Pra coragi se achegá
 E eu pedi a Jurema
 Pra nossos trapim ajuntá.

 Jurema é moça fromosa.
 Inté fico todo prosa
 Modi cum ela casá...
 Moça virgi,muntu onestia,
 Recatada qui ela só.
 Trabaia tantu,a Jurema,
 Sirvino dona Filó.

Cheganu na casa dela
Apeei lá no quintar,
Marrei no mourão meu burro,
Fui intranu sem avisá,
Queria fazê surpresa
Pra minha Jurema agradá.

Aff! Valha meu Jesuizinho!
Quais que eu caio no caminho.
Minha morena atracada,
Nas safadeza arrumada
Cum fio da sinha patroa.
A dor dueu nu meu peito,
Cocei a testa contrafeito
Pra modi pensá direito
E a dicisão tomá:

Tê bom zóio é coisa boa!
E pisá bem de mansinhu...
Purondi vim vô vortá.
Sofro mai num arrenego.
Gaiada num levo a toa
Afogo as mágua na pinga,
Pinduro o sonhu nu pregu,
Choro minha sina suzim...



Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 07/04/2012
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 07/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
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