NOITE DE SÃO JOÃO
De: Ysolda Cabral
 
 
 
Nem bandeirinha de São João,
Nem zabumba, nem triangulo, nem sanfona.
Só um desafinado e esquecido violão,
Cujas notas musicais subtona.
Como solar um baião?
 
Nenhuma bandeirinha de São João,
Nenhum motivo para adivinhação,
Nenhum arrasta pé no salão;
Isso lá é São João?
 
Põe na mesa a canjica, a pamonha;
O Pé de Moleque, o milho cozido;
A manteiga, o queijo do coalho;
O pão bem assado e o café; 
Pra todo mundo ou quem quiser.
 
Nenhuma fogueira, nem foguetão.
Veta a entrada do traque de sala,
Ele polui o ambiente!
E chegue aqui pra oração, 
Que  hora da refeição.
 
Já que a Estrelinha ficou no Céu,
E aqui estamos entregues ao léu;
Não vamos dar asas à tristeza!
A comida está que é uma beleza,
Afinal é noite de São João.