Vida de roceiro

Seu moço, eu digo e repito

E muita gente acha bonito

Ver o meu palavreado

Seu moço, é porque sou poeta

E seguindo certa essa meta

Faço o meu improvisado

Sabe, moço, eu vim da roça

Sertão, lavoura, palhoça,

Enxada e calo na mão

Onde levanta cedo o roceiro

E trabalha o dia inteiro

Na bruta lida do chão

Seu moço, o roceiro reza

E sertanejo que se preza

Tem muita fé na oração

Tem muita fé em todo santo

E misturado com seu pranto

Cai a chuva no sertão

Cai a chuva no roçado

Sai broto de todo lado

Deixando verde as campinas

E o sertão assim florido

É como estampa de vestido

Cobre as curvas das meninas.

Martins da Viola
Enviado por Martins da Viola em 18/04/2007
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