CARREIRO E BOIADA
Cocão bem liso e que canta e encanta o canto da vida.
Cantiga com tom próprio na subida.
Cantiga mais grossa na descida.
Cantiga mesclada de grossa e fina na vinda e ida.
Cantiga bem grave nas paradas e na marcha enriquecida.
O Chumaço sustentador bem quente, pela carga recebida.
Os ouvidos cansados do carreiro
Com a cantiga do cocão.
A boiada a passos lentos vai puxando o carro
Em sintonia com a cantiga no estradão.
Sol escaldante dilacera o pelo fino da boiada
Que vai puxando o carretão.
Carreiro preguiçoso, com chapéu de aba larga,
Segura a firme a guasca de couro cru em sua mão.
Vai gritando com a boiada que está cravada
Em seu sertanejo coração.
Eia Diamante e Chumbado, Quito e Ramalhete,
Pintado e Moreno, Bordado e Ricardão.
O carreiro em pé no cabeçalho do carro,
Solta suas fumaçadas e canta saudade do Matão.
É isso aí!
Acácio