CARREIRO E BOIADA

Cocão bem liso e que canta e encanta o canto da vida.

Cantiga com tom próprio na subida.

Cantiga mais grossa na descida.

Cantiga mesclada de grossa e fina na vinda e ida.

Cantiga bem grave nas paradas e na marcha enriquecida.

O Chumaço sustentador bem quente, pela carga recebida.

Os ouvidos cansados do carreiro

Com a cantiga do cocão.

A boiada a passos lentos vai puxando o carro

Em sintonia com a cantiga no estradão.

Sol escaldante dilacera o pelo fino da boiada

Que vai puxando o carretão.

Carreiro preguiçoso, com chapéu de aba larga,

Segura a firme a guasca de couro cru em sua mão.

Vai gritando com a boiada que está cravada

Em seu sertanejo coração.

Eia Diamante e Chumbado, Quito e Ramalhete,

Pintado e Moreno, Bordado e Ricardão.

O carreiro em pé no cabeçalho do carro,

Solta suas fumaçadas e canta saudade do Matão.

É isso aí!

Acácio

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 15/09/2017
Código do texto: T6115021
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