O pó do homem

Do fundo do baú

Removo o passado

De boas e más

Recordações

Toco com carinho

Este objeto displicente

Que toca na gente

De forma tão diferente

Que às vezes não sinto mais dor

Não querendo ser saudoso

Recordar é viver

Pensar como eu era

E no que ainda posso ser

Ter em mãos um tesouro valioso

Que desaparece com facilidade

Não sendo um ato de caridade

Pois provoca dor

Sendo assim

Coloco no lugar

Esta peça preciosa

Que tanto me fez sonhar.