A POESIA QUE NAO CABE NO TEMPO

Pensei em minha cabeça

Que nem pensava tanto assim

Sentir meu coração, pulsando

E a canção ao longe me fez lembra você,

Simples e bela

Como poesia e flor

Sem asas e sem voou

Voou mesmo sim

Teimosa e cheia de fé

Cabeça e pensamento...

Sentiram saudades

O vento sim, esse veloz e feroz

Esvoaçou os meus cabelos,

Como sementes invisíveis pelo ar

Semeou lembranças

Onde pousou, brotou retratos

De tudo que se partiu de nós

Já as minhas mãos inertes e extáticas

Essas nunca te tocaram e nunca se alcançaram

Pelo abismo da distancia

Onde a bailarina dança fiel e solitária

Ah as minhas mãos!

Lembro-me delas

Ainda não trêmulas

No dia de lágrimas e suor

Tocou a minha face diante do espelho

Onde meus olhos se olharam

Em contemplação...

O meu olhar era assim

Meio sem inicio, meio sem fim em mim

Mas o olhar é fascinante, nele se senti todos os sentidos

O meu olhar era mar, luar e solidão

Amor sim, coração...

Exalando vida e aroma

Despertando as sensações táteis

Da primavera

Cujas flores adormecidas

Em cheiros e gestos

Suavizam o encontro

As palavras falam e se calam

A voz, solitária

Que navegando versos

Compõem passos

Em meu olhar

Onde me levam caminhos

Estradas, corpos e espinhos

Meus pés apagaram a areia

E a minha sede seca o mar

E bebe o sol

No amanhecer,

Onde a lua repousa seus

Corpos em estrelas

Que se beijam em meu olhar

POETA DO SILÊNCIO

poetadosilêncio
Enviado por poetadosilêncio em 13/01/2012
Código do texto: T3439072