A POESIA QUE NAO CABE NO TEMPO
Pensei em minha cabeça
Que nem pensava tanto assim
Sentir meu coração, pulsando
E a canção ao longe me fez lembra você,
Simples e bela
Como poesia e flor
Sem asas e sem voou
Voou mesmo sim
Teimosa e cheia de fé
Cabeça e pensamento...
Sentiram saudades
O vento sim, esse veloz e feroz
Esvoaçou os meus cabelos,
Como sementes invisíveis pelo ar
Semeou lembranças
Onde pousou, brotou retratos
De tudo que se partiu de nós
Já as minhas mãos inertes e extáticas
Essas nunca te tocaram e nunca se alcançaram
Pelo abismo da distancia
Onde a bailarina dança fiel e solitária
Ah as minhas mãos!
Lembro-me delas
Ainda não trêmulas
No dia de lágrimas e suor
Tocou a minha face diante do espelho
Onde meus olhos se olharam
Em contemplação...
O meu olhar era assim
Meio sem inicio, meio sem fim em mim
Mas o olhar é fascinante, nele se senti todos os sentidos
O meu olhar era mar, luar e solidão
Amor sim, coração...
Exalando vida e aroma
Despertando as sensações táteis
Da primavera
Cujas flores adormecidas
Em cheiros e gestos
Suavizam o encontro
As palavras falam e se calam
A voz, solitária
Que navegando versos
Compõem passos
Em meu olhar
Onde me levam caminhos
Estradas, corpos e espinhos
Meus pés apagaram a areia
E a minha sede seca o mar
E bebe o sol
No amanhecer,
Onde a lua repousa seus
Corpos em estrelas
Que se beijam em meu olhar
POETA DO SILÊNCIO