Hora do recreio

Quem será o guardião desse coração

tão intenso, raro e quente?

Nesse vai e vem do povo

a cólera passa rente,

tentando roubar o puro,

esconder o tesouro,

cavando um túmulo

e matando os loucos.

Tudo se transforma na fala,

da saliva da ponta da língua

e na palma da mão que entorna a raiva,

perdendo-se no céu anfitrião.

Sendo o alicerce mais forte,

fez-se o castelo.

Nasce o coveiro,

que rompe vis elos,

enterra as contendas,

encarcera o faqueiro

que insiste no corte.

A verdade mostra pra que veio,

o ópio evapora na veia,

surge a sorte pisando na morte,

tornando o instante perfeito.

O som é mais ameno,

no feliz badalar dos sinos

para a hora do recreio.

André Anlub®

(21/9/13)

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