Revolta da Camponesa (anos 60)
Voltas do campo e da faina ao sol-pôr,
No corpo a fadiga, que apaga a revolta,
Nessa labuta, de mulher sem verbo amor,
Segues o teu caminho, que não tem volta.
Espoliada do teu sorriso e sentimento,
A teu lado, seguem muitas donzelas,
Que da terra, com amor tiram alimento,
Pela terra, dão suas vidas singelas.
Trocas teu suor, por mísero salário,
Nos campos, onde cultivas o pão,
Por toda a vida terás este calvário,
Anseias, silenciosa por uma revolução.
Se a revolta surgir do teu querer,
E disseres não a quem te explora,
Serás, mulher marcada até morrer,
Juntas teu pranto, a quem já chora.
LuVito.