A PONTE
 
os olhos marejados de lágrimas
coração apertado, dor dilacerante
o rio capibariribe lento
a ponte extensa, só concreto
os pés pesados mas andantes
o tempo sem  pressa
o carro, uma businada bizarra
um susto, um sinal vital
o barulho da cidade grande
a ponte no sol fica oscilante
passos maquinais, ambulante
não existe fome nem digestão
o sol não tira o mofo da alma
para cada suspiro profundo
uma dor, um medo, um peso do vazio
cada músculo em tensa contração
a voz interna insistindo nas lembranças
falta de coragem para uma desgraça
o desânimo não tira a covardia
​homem morto vivo
pior que isso nesse desespero,
só avistar o final da ponte
ainda tão distante
 
 
 
 
 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 14/08/2016
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