O METRÔ

Subo em escadas rolantes

Do lado esquerdo os apressados

Aquele beijo de despedida antes do fim

E sempre assim

Desconheço seu passado

Não olho para o lado

Tudo está como era antes

Quatro apitos a porta se fecha

Pinheiros transferência pro trem

Ninguém se queixa

Do frenético vai é vem

Você conhece aquela esquisita mulher?

Que desceu agora pouco na estação Tatuapé

O marido dela é o cantor

Que encantava no vagão, com sua voz de tenor

Pra lá e pra cá

Ao som dos fones de ouvidos, o silêncio

O caminho da vida sempre vai está

Para um lado diferenciado

Nessa engrenagem que não quer parar

De um povo cinetico anunciado

No útero da cidade transformado

No parto do trabalhador

Em que essa mega metrópoles se transformou.

O METRÔ

Fred Coelho - 2017

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 13/11/2017
Código do texto: T6171074
Classificação de conteúdo: seguro