O METRÔ
Subo em escadas rolantes
Do lado esquerdo os apressados
Aquele beijo de despedida antes do fim
E sempre assim
Desconheço seu passado
Não olho para o lado
Tudo está como era antes
Quatro apitos a porta se fecha
Pinheiros transferência pro trem
Ninguém se queixa
Do frenético vai é vem
Você conhece aquela esquisita mulher?
Que desceu agora pouco na estação Tatuapé
O marido dela é o cantor
Que encantava no vagão, com sua voz de tenor
Pra lá e pra cá
Ao som dos fones de ouvidos, o silêncio
O caminho da vida sempre vai está
Para um lado diferenciado
Nessa engrenagem que não quer parar
De um povo cinetico anunciado
No útero da cidade transformado
No parto do trabalhador
Em que essa mega metrópoles se transformou.
O METRÔ
Fred Coelho - 2017