O MAR
O mar lambe a morena
Suavemente
Quando de repente
Se transforma
E o que era um poema
Transborda
E o corpo estorna
Por uma onda
Bruscamente que tomba
Na mais árdua agonia
Não respeitando a folia
Do belo corpo escultural
Por bem ou por mal
Três vezes em sequência
Como adiverdindo a soberba
Do rei em seus domínios
Em marolas que tece
Para a volta da frequência
Calma e transparente
Como pedindo mais gente
Venham, estou à esperar
Entre, com calma, devagar
Vamos, como uma nau a navegar
Entre sonhos oceânicos
Sinta a suavidade do mar
Seu contexto quase cômico
O nosso corpo vai acalmar
O MAR
FRED COELHO 2018