enquanto tudo, esfumaço

no meio da ponte nebulosa

de onde vim, olho para trás

não reconheço mais: por que vim?

Adiante, o desconhecido de sempre.

Onde sonhava chegar, estive

como a fumaça da cidade

se desfez tudo no céu

que chove ácido

constante

houve um começo

do primeiro passo,

semelhanças, poesia

delusões, descompassos

separações obsessivas

patologias higiênicas

neuroses vulgares

verboses bobas

desconversas pelas ruas

cegueira noturna, desatisfação

aquele vácuo interno, na cabeça

esperando o trem explodir

olhando o ônibus queimar

tudo aquilo

pelo alheio

condenado

ao medo

foi a beleza que ficou nos muros

esperando ser vislumbrada

colorida, suspirava sozinha

faltou tato para ver

não fim, não aceitou

só desamor, adeus.

Ted Weber Gola
Enviado por Ted Weber Gola em 14/05/2014
Código do texto: T4805913
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