Cara a tapa

Assim, com teu nome tatuado na cara,

ao qual leio sempre que, a barba faço;

por não poder abortar o sonho que era,

verto poemas invés de dar vazão à ira,

pois, poesia topa sair comigo de braço;

tempo que dizem, que a tudo isso cura,

deve ter esquecido a receita, ou parece;

e finge não escutar quando a gente ora,

como diz no futebolês, fica fazendo cera,

tanto mais ele passa, menos se esquece;

deve haver um ponto, onde o vento vira,

quiçá, situado no tempo ou té no espaço;

que, ouvindo ao som terno de nova jura,

ou, redescobrindo brilho d’uma joia rara,

o ter e o querer, enfim, acertem o passo;

às vezes penso em só aparar meus pelos,

sem rapar a barba, acho que já não devo;

mas, enlaçados como da corrente os elos,

ficam esses sonhos, com os meus apelos,

e dou a cara a tapa, cada vez que escrevo;

rio quando dizem: Faça isso ou te esqueço

um cativo dando ordens para o carcereiro;

se o querer sequestra, só pagando o preço

não raro deparamos co’um coração avesso

e mui raro, esses meios perfazem o inteiro...