Um dia foi...

Foram tantas vezes que eu te chamei

Que a voz enrouqueceu, secou-me a garganta

o peito sem oásis, sem paixão

Triste, pesaroso, enfim emudeceu.

As rosas no arranjo sobre a mesa

Murcharam e perderam o perfume

as pétalas secaram com o tempo

à espera por nós dois, perderam o lume

e a eterna ânsia por novas poesias...

O quadro pendurado na parede

em tons amarelados na moldura

Assim, numa espécie de caricatura

Ria-se de mim o tempo inteiro.

Deixando sempre para depois

O brilho do olhar em sua volta

O riso de alegria na chegada

Molhado pelo choro de alegria

Na espera pelo amor derradeiro...

Não há canção, nenhuma melodia

A 'love history' é coisa de algum dia

Escrita e esquecida na distância

Secou-se com a flor pálida da esperança

Não mais te espero, já não há poesia

Eu viro a página, visto outra alegoria

Não sou nesse momento alegre ou triste

Sou hoje apenas indiferente...

àquilo que um dia foi o amor da gente.

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 05/01/2015
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