VIDA A ESMO

Deixo-te na margem do rio,

seco, sem vida, sem o verde,

abandonada a esmo, livre nos sonhos.

Não deixo nenhum guia para te servir,

não aponto o caminho,

o por do Sol há de segar-te.

Da mesma forma que privaste-me da luz,

o sabor dos teus dias,

terão o gosto da ausência.

Levo comigo a luz do luar,

a mesma que banhou nossos rostos,

beijos neblinados, hoje tão secos.

Lança tuas mãos ao remo,

procura o teu destino,

cria a tua estrela guia.

Nas páginas de algum livro,

arrematarei a nossa história;

da tua vida, eu fui banido.

Pedro Matos

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 20/05/2015
Código do texto: T5247968
Classificação de conteúdo: seguro