('EDUARDA-DUDA')
O olhar abraçava o oceano,
tinha a cor do Mar Negro,
pouco sal a conservava viva.
As "vinhas da ira"
era o seu caminho,
uvas secas, amareladas.
Os gafanhotos devoravam
tudo, insetos sanguinários,
ainda hoje vivem e sobrevivem.
Aquela teia cor de mel,
cobrindo-lhe a fronte,
escondia a beleza postiça.
Perdida nas veredas,
sem vinho, sem colheita,
cambaleava rumo à porteira.
Qual o aventureiro que deixaria
de explorar as sobras,
os espólios da tal vinha?
Pedro Matos