O fim do que nunca existiu

Os meus versos diziam

Me ouve.

Me entende.

Me enxerga.

Me cuida.

Me briga.

Me grita.

Faz qualquer coisa,

Mas, por favor,

Mata esse apatia.

Vazio, atrás de vazio.

Nada fez.

E mesmo a par da minha ameaça

De jamais voltar,

E deixar para ti apenas meu adeus,

Nada fez.

Não desesperou.

Não correspondeu.

Não me amou hoje.

Não me amou ontem.

Não me amou nunca.

Por vergonha

Do amor que não existiu

Em outra esfera

Senão a da minha mente,

Tornei-me restos podres

Da ameaça

Que de veras

Era minha realidade.

Aline do Amaral
Enviado por Aline do Amaral em 26/04/2016
Reeditado em 08/11/2016
Código do texto: T5616744
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