O fim do que nunca existiu
Os meus versos diziam
Me ouve.
Me entende.
Me enxerga.
Me cuida.
Me briga.
Me grita.
Faz qualquer coisa,
Mas, por favor,
Mata esse apatia.
Vazio, atrás de vazio.
Nada fez.
E mesmo a par da minha ameaça
De jamais voltar,
E deixar para ti apenas meu adeus,
Nada fez.
Não desesperou.
Não correspondeu.
Não me amou hoje.
Não me amou ontem.
Não me amou nunca.
Por vergonha
Do amor que não existiu
Em outra esfera
Senão a da minha mente,
Tornei-me restos podres
Da ameaça
Que de veras
Era minha realidade.