Devaneios ao seu olhar

Conheço a sua mentira

através de seus olhos ela me encara,

com o rosto envelhecido, as marcas de desagaste...

e tu és indiferente a esses desvios.

Sua alma aventureira, suas canções de ninar...

quase me iludiram em um grande mundo de fantasias,

da liberdade irrestrita,

em ventos gélidos você se sustentou.

E paira por muito além de ti uma grande dúvida

que enfraquece qualquer segurança.

não tenho jeito para explicar meu medo,

mas ele está por aqui,

com um misto de ódio

e puro desgaste

observando como tudo em ti

é tão vulgar.

É inerente ao seu espírito... a torta conduta,

a ética duvidosa, o caminho pelo avesso, a moralidade chula,

os gritos de libertação dentro da grande prisão

bem maior... muito maior

que tudo que você poderá, quem sabe um dia,

ao menos sonhar.

Seus olhos desmentem

o que a tua voz afirma

e nesse fim de noite,

de mais um dia como os outros inexistentes,

eu vou morrendo com a culpa

de ter lidado tão mal

com a dor que persegue

e tenta me fazer de um mero ignorante.

Josué Viana
Enviado por Josué Viana em 01/07/2016
Código do texto: T5683872
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