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A chuva que vinha de mansinho cantar no meu ouvido bem pela manha
Cantando devagarinho em silêncio no escuro assim como ela canta
A chuva enxugava as minhas lágrimas na manhã calada sem nenhuma prosa
E eu ali sozinho sonhando, fingindo estar andando pelo caminho das tuas curvas
Foi assim, mas uma manha sem fim
Esperando a noite que vinha me confortar
Abraçar e tentar narrar minha historia em tom de dança
Mas carmim que era por vez o tom da sua pele
Quando ficava triste vendo a neve
Que caia pela janela, enquanto deitados estávamos vestindo apenas a pele
E era também a cor favorita que escondida estava em teu anel
O mesmo que forjei pelas dores do passado escritos em papel
Que jogados ficavam no chão do meu quarto sem janelas ou portas para entrar
Versos presos em pensamentos gritando por liberta
Mas nunca pude me expor
Lhe mostrar tudo que em mim transpôs
Pois a calmaria em meu peito deve-se ao que não nos dispôs
E fiz disso meu refugio que o mesmo não lhe guardei
Desperdicei
E embora você partiu levando tudo o que te dei
O carinho, a atenção, a sua dor, sua aflição, seu rancor, sua tentação
Guardei todo o peso no coração
Que agora não vale mais nada
Não serve para nada
E nada irei levar
Nesses novos passos que ei de trilhar
Pois as memorias, as noites, os momentos doces
A partir de agora a mim não pertencerá
Deixarei eles nos versos rasgados onde borrei a escrita
E por fim
Seguirei feliz minha vida!