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A chuva que vinha de mansinho cantar no meu ouvido bem pela manha

Cantando devagarinho em silêncio no escuro assim como ela canta

A chuva enxugava as minhas lágrimas na manhã calada sem nenhuma prosa

E eu ali sozinho sonhando, fingindo estar andando pelo caminho das tuas curvas

Foi assim, mas uma manha sem fim

Esperando a noite que vinha me confortar

Abraçar e tentar narrar minha historia em tom de dança

Mas carmim que era por vez o tom da sua pele

Quando ficava triste vendo a neve

Que caia pela janela, enquanto deitados estávamos vestindo apenas a pele

E era também a cor favorita que escondida estava em teu anel

O mesmo que forjei pelas dores do passado escritos em papel

Que jogados ficavam no chão do meu quarto sem janelas ou portas para entrar

Versos presos em pensamentos gritando por liberta

Mas nunca pude me expor

Lhe mostrar tudo que em mim transpôs

Pois a calmaria em meu peito deve-se ao que não nos dispôs

E fiz disso meu refugio que o mesmo não lhe guardei

Desperdicei

E embora você partiu levando tudo o que te dei

O carinho, a atenção, a sua dor, sua aflição, seu rancor, sua tentação

Guardei todo o peso no coração

Que agora não vale mais nada

Não serve para nada

E nada irei levar

Nesses novos passos que ei de trilhar

Pois as memorias, as noites, os momentos doces

A partir de agora a mim não pertencerá

Deixarei eles nos versos rasgados onde borrei a escrita

E por fim

Seguirei feliz minha vida!

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 18/01/2017
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5885657
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