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Engraçado como sentir é humano quando você não se sente um

E se encontra de joelhos sobre pés marejados durante o fim da tarde

E não existe mais cigarro para controlar

Não existe mais um teor que possa parar

E de madrugada é a única hora para relaxar

Onde o som do vento juntos as cordas faz meu peito desacelerar

Pois é

Essa é a vida, e tudo segue sempre pelo mesmo rumo.

Mas não me vejo seguindo nada

Sei lá, vejo muito sangue nessa estrada.

E minha mente não me deixa em paz

Meus sonhos se desfizeram demais

E agora estou novamente no ponto de partida

No meio da noite

Chuva e neblina

E carrego apenas um violão

Pois o que alimenta a alma em mim é som

Tantas pessoas perdidas, tantos desencontros.

E contos, eles não existem mais.

Para mim a vida jaz

São cigarros que não param

E a sensação de corpo relaxado

Risadas vazias no claro

Enquanto meu olho fecha de vermelho fraco

Me perdi demais

Me encantei por quem não pode

E o centro dos holofotes não é meu lugar

Decidi me isolar

Ficar por mim na beira do mar

Quem sabe como a ti me afogar

Me afogar mais e mais

Em meio de magoas junto a areia

Pois bem

Me fiz ar

Me decompondo com palavras frias

E assim serei eu

Como fui antes

Em vez dessa capa morta que toma e cobre a maior parte de mim

Sempre assim

Fim

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 16/03/2017
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5942901
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