Os meus grilhões
Amá-lo não foi suficiente, pelo menos não para detê-lo em sua partida.
Deixaste apenas recordações.
As mesmas que me causaram tantas perturbações, pondo em risco até a minha vida.
Mas não te abales, se te abalo... Estou viva! Ainda me resta um sopro de vida.
Deixe-me sozinha, tristonha ou inquieta.
Dos meus grilhões cuido eu!
E não, já não precisa dizer que sentes muito ou que te preocupas.
Teus gestos falam mais por ti do que imaginas e traduzem o teu sentir. Ou devo dizer não sentir? Não, eu não estou sendo irônica.
O cenário que um dia serviu de palco para as nossas alegrias, hoje mais me parece uma sala de horror e agonia, onde vejo submergir todas as minhas vísceras, enquanto você as esfarela.
Eu gostaria de me contentar com a solidão.
Sentir-me completa de algum modo, porem, tudo que sinto é um enorme vazio a me contaminar.
A felicidade para mim se mostra tão distante, mas se por acaso cruzares com ela, diga a ela para passar lá em casa, que eu passo um café rapidinho, enquanto ela me faz companhia.