Abelha

Pergunto-me se um dia poderei lhe mostrar

Estes versos que compus pensando em seu sorriso

Ou simplesmente aceitar

Que vivemos uma realidade longe disso.

Às vezes basta um encontro de olhares

Para fazer tudo estremecer

Como pode alguém dentre milhares

Exercer sobre nós esse poder?

Acho que a pior parte de se apaixonar

É quando tu te apaixonas na surdina

Sem controle, sem nem esperar

Quando menos percebe já está envolvida.

Eu já havia me esquecido desta sensação

Do nervosismo, do coração acelerado

De momentos que só existem em minha imaginação

Mas não se preocupe, pois este segredo ficará guardado.

Eu não seria capaz de dizer

O que há em você

Que de repente fez tudo reacender

Eu só sei me perguntar: “por que”?

Talvez seja sua tatuagem ou seu jeito de ser

Já que tão pouco sei ao seu respeito

Mas de alguma forma você me fez mais uma vez escrever

Sobre idealizações de um amor-perfeito.

Poderia a ciência algum dia explicar

Algo que é intrínseco a alma?

Quem sabe a razão possa me ajudar

A entender algo que esteja além do “karma”.

Gostaria que isso passasse de uma mera distração

Pois você jamais se interessaria por uma poetisa frustrada

Que apenas existe por me trazer esta inspiração

De acreditar que poderia ser amada.

Sei que você não entrou em minha vida

Para vivermos uma história de amor

Mas para trazer a inspiração que há tempos estava perdida

E fazer florescer outra face de meu interior.

Talvez eu só goste da sensação

Da busca por algo incerto

Já que a frustração

Há tempos tem sido um fato concreto.

Prometo não mais incomodar

Com mais um destes poemas patéticos e ruins

Mas não prometo superar

O fato de nossas almas de nada serem afins.

Giulianna Loffredo
Enviado por Giulianna Loffredo em 16/03/2020
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