O corpo não é sentimento
 
O zum do zumbido amigo,
Delata o sopro da vida,
Enquanto o olhar castiga,
Crente que o repreendeu.
Profundo suspiro, ai, ai,
Te juro que foi demais...
Assim o tédio venceu.
 
Ela que nunca foi ela,
Ele que não era um deles,
Acostumada com aqueles,
Não nutria-lhes afeição.
Ele a surpreendeu,
Sem discurso de palavras,
Não era seus pés nem mãos.
 
Quem acostuma com cela,
Não deixa botar cangalha,
O fogo que queima a palha,
Um dia te queima a mão.
Bonitinha, não é talento,
Quando se vê da janela,
Vê corpo, não sentimento.
 
Rio,03/04/2020
Feitosa dos Santos