Desarranjos de um desamor

Desarranjos de um desamor

Alegre não pode ser quem não é amado nessa vida

porque em contrapartida sempre carrega consigo

uma solidão que se transforma em um abrigo

e o labirinto de sentimentos se torna cada dia mais perverso.

Quão alegre penso ser quem tem amor nessa vida

já que a estrada comprida que todo dia enfrentamos

recheada de amargos espinhos e percalços

se torna mais leve quando é compartilhada a dois.

Ah, eu já tive alguns momentos desses que digo alegres

e quão breves e sem futuro esses foram

mas o abandono que se traduz em um engasgo de meu peito

até hoje não consegue superar essa felicidade efémera.

Ah, o amor como já dizia o longínquo Luís de Camões

é a ferida que dói e não se sente, e ele não mente,

porém o desamor se sente todos os dias, todas as noites

e parece mais com longos açoites a sempre nos atordoar.

Confesso que queria viver, mesmo que seja breve, novamente

esse sentimento transcendente que não consigo explicar

nem em prosa, verso ou em glosa

essa magia poderosa que tem o tal de amor.

Confesso também que para mim, e meu eterno achismo

o amor é um vício lícito que todo mundo deve ter

e conhecer também o seu lado negro, pois o amor apaixona

e o desamor ensina que sem amor a vida fica cinza.

Mateus Almeida Santos. 10/09/2021

Mateus Almeida
Enviado por Mateus Almeida em 10/09/2021
Código do texto: T7339093
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.