Mácula

Destroços de uma mente Instável

Perdida no infinito atemporal

Outrora velejando tragédias vindouras

Ora ancorada em lembranças

Contaminada por vãs esperanças

Grilhões para seu pescoço e membros

Rastejando na poeira do mal alento

Em seu loop, sua espiral deplorável

Luzes se apagam e se acendem

Como estrelas que nascem e morrem

Tombando no céu em faíscas astrais

Fechando olhos, oferecendo desejos

No fim, sempre resta o desespero

Na imensidão solitária e escura do espaço

Na morte gélida e sufocante do vácuo

Cadáver que flutua ad infinitum

Em mim, palpita crescente mácula

Pautada em cada prova de má fé

Que mutila o amor, fragiliza a alma

Que nos desafia a manter a calma

Enrijecem as feições, afunda-se o olhar

Fecham-se punhos, firma-se caminhar

Abraça a realidade, abandona o sonhar

Transborda, entrega ao mundo sua mácula

Clerio de Paula Junior
Enviado por Clerio de Paula Junior em 02/02/2024
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