CORES E DORES
Uma lágrima cai dos olhos cor de CARVÃO
Traça um desenho no rosto redondo e ALVO
Chega à boca com um beijo doce ENCARNADO
Desce-lhes os seios redondos BRANDOS
Cai ao solo, só, sol, calado.
A menina sorri AMARELADO
Disse a mim que não foi nada
Mas aqueles olhos PRETOS tal qual o ANOITECER
Não escondem mentiras mais audaciosas
Que não teimem em aparecer
Eu disse envergonhado que saísse da tristeza
Que se da boca dela visse eu um sorriso PRATEADO
Pularia até o céu AZULADO e pegaria uma estrela
Para mostrar que estou apaixonado
Olhou nos meus olhos e disse com a certeza da ilusão
Não sou tua nem serei, deixa de ser bufão
Meu coração de menina já tem quem tem
Por isso dê meia volta
E pare com a preleção
A menina deixou-me só, no solo, calado
Uma lágrima brotou-me no olho ESVERDEADO
Eu tão preocupado com a tristeza dela
Na verdade a moça chorava de alegria
E meu morri de prantos por ela e sem ela
Na eterna melancolia DA COR DOS OLHOS DELA.