ao rei do grande castelo
Ao rei do grande castelo
Ao rei do grande castelo
Pedem vênia os conquistadores
Da inutilidade, do desprezível.
E o pássaro a grande distância
Nos encantamentos da tarde
Protege com canto incansável
As relíquias que mãos sujas
Não podem tocar. Assombrados,
Olhamos.
A leveza do que é puro maltrata
O grande rei e sentimos na carne
A sua dor.
Ao rei do grande castelo
Se paga pesados tributos.
Para tudo que não sacia
Requer-se uma fé desmedida
Para que ele continue a atender
A demanda por ossos
Os mesmos ali amontoados no grande pavilhão
Dos iludidos.
Nossos conquistadores convalescem
Enquanto nos torturam.
Agora mesmo um corpo se foi
Deixando abandonado um espírito.
O infinito estava aqui ao lado
O pássaro nos lembra disso, e dói,
e ele se afasta,
Branco eterno no azul fugidio,
Enquanto erguemos um novo castelo
Com mãos trêmulas, exauridos,
E mais alto, enquanto o rei sorri.
Sentimos sua falsa alegria,
e morremos.
Embora continuemos aqui.