Des (en canto)

A noite caiu-me fria e solene

Candelabros acesos jazendo no peito

Oh noite, por que dormes?

Desperta e acende!

Pois não há vestígios hoje,

de sua dama noturna, que és a Lua

Delirando, desvanecendo

Chamo-te oh luz do sol brilhando

Vem depressa tocar-me o rosto

Porque nesta noite sombria

Faz o vento melodia em meu pranto,

onde as árvores movem-se de um lado ao outro

Sussuro de novo

Ah… respeitável canção

És feita de mim, solitária menina

Te aprazes na dor que me castiga

A chuva esta noite derrama-se em maestria

Ao longe, vejo um reflexo pulsando

Parece-me intímo

O chamo, e ele não responde

Oh doce anjo

Seus cabelos cobrem todo seu rosto

Por que te esconde de mim?

Posso sentir os seus olhos,

disparando ardentemente em minha direção

Como chamas a aquecer -me da tempestade que desaba

Sua respiração é um sussuro, que vagueia sob minha cama

E do seu corpo emerge um brilho, que parece a luz da Lua

Treme-me o corpo, suspirando por seu calor

E recorda dos dias viventes,em que tu deitava-me sobre as flores

Desnundando o véu dos meus mistérios, tomando-me para si

O mundo punha-se a sorrir

Dentro em mim, os sentidos explodiam

Como fogos colorindo o céu infindo

Oh anjo meu

Nesta noite, não são as gotas da chuva que me banham

São suas lágrimas que caem sobre meu corpo

Ah… meu anjo, por que ausentas de mim, o seu rosto?

Acaso eu não poderia, tocar as suas lágrimas?

Bebê-las do seu rosto, e dissolver a dor em mim?

Não teria eu, a doçura necessária para fazê-las sumir?

Indaga-te sobre meu apreço

Incapaz de vir, que estive sempre aqui

Ah anjo

Por que foste e deixaste-me aqui

Na floresta esquecida e silenciosa

Oh doce anjo

Contemplo tanto lirismo em seu pranto

Chegue mais perto, e deixe que minh’alma absorva este des (en canto)!

Lúthien tinúviel
Enviado por Lúthien tinúviel em 20/07/2008
Código do texto: T1089023
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