SEM ASAS

SEM ASAS

Chegou a hora de morrer pra valer.

Meu corpo fechado, tão cansado...

Tudo corre como água vermelha mas

O homem atrás da porta não cansa

De perceber. Tudo morre nos detalhes

Então, nossas vidas. Morrem pra valer. Hoje

Sou hoje. Não quero mais lembrar. Cansado

Vou sem remos para cima de um prédio

Muito velho. Caio sem pressa e o

Mundo inteiro me espera. É hora

De falar aos bons que tudo foi em vão.

E os vermes, enfim, devorar-me-ão em paz.