Soneto
Algo morre no meu peito, acidamente,
neste mês que reloze nostalgia,
doloroso, desde o céu que me vigia
com relógio que se estanca lentamente.
Minha sombra de sol-pôr que te deseja,
chega longe, mas nom chega à tua mente;
sinfonia do amargo, intensamente,
na dúvida dum amor que me sobeja.
Sim ou nom, aquele dia levemente,
que me leva por caminhos isolados,
a estações que ao final e fortemente
nos dirijam por vieiros separados,
ou quiçá, com teu sim, alegremente
me una a ti, outra vez, apaixonados.
Setembro 1989