Trabalho inacabado

Horas solitárias de silêncio interminável,

noite morrinhosa que me lembra a tua sombra

refugiar-se no meu leito.

Trabalho inacabado

por colher ácios de nuvens brancas

como as uvas.

Pensar em ti.

Onde estarás?

Olhar o mar e buscar-te no serao

sem que estejas.

Caminhar lento pola praia de Lourido

baixo as estrelas,

que em morse

pronunciam o teu nome luminoso.

Ainda estás na minha mente?

Quiçá.

Quiçá nesta hora que me afoga

descubra que já nom está

a tua alma

nevada de esperança,

que eu descobria

assombrado cada noite

para além dos teus olhos

misteriosos.

Já nom estás comigo

e quiçá nunca mais

volvas estar.

1993

Jomaba
Enviado por Jomaba em 22/08/2008
Código do texto: T1140191