Prometeste a mim
Prometeste a mim, dar-me o céu e o inferno
As coisas mais belas e fúnebres dessa vida
Dei a você meu sangue meu langor intenso
Minha vida inteira destinada a uma só lida
Prometeste a mim, nunca me abandonar só
Não me deixar ao sol das matinas efêmeras
Em se entregar por inteiro me deu o corpo
Podre e maléfico que eu pus a curar-lo
Prometeste a mim, as juras eternas de amor
Que meu seu seria o teu pela eternidade
Que nunca iria me abandonar ou esquecer
Prometeste apenas o que nunca cumpriu
Prometeste o amor mais puro e verdadeiro
Que destinaste a outra mulher em vida
Iludiu e mentiu para uma pobre menina
Que sonhou que você era verdadeiro
Prometeste o que nunca pode cumprir
Ousou postergar a mentira e doses
Em que o cálice marginal cultuou
O desejo da carne como verdade.