Infesto ao temor

Una-se a mim estimada loucura!

Num elo incompreendido e renegado!

Dos que apreciam um poema calado,

Dos que domam a possessão da criatura

Haveremos de ser palhaços do nosso coliseu

Aplaudiremos nosso próprio espasmo,

Apreciaremos nosso próprio orgasmo,

Como o milagre das chagas num ateu

Viveremos da migalha langorosa!

Ao dia nos recolheremos ao presépio branco,

Para escarrar e participar da nociva anedota

_Pois minha amiga: quando a rebeldia não se sobressai,

O endiabrado se nomeia brando,

E toda coragem ameaçada se esvai!

Carlos Henrique Toledo
Enviado por Carlos Henrique Toledo em 18/03/2006
Código do texto: T125073