Do Amor e Do Tempo

até me esquecer de mim

assim viverei

reinando sem coroa

em efemeridades

porquê sem sentido

o ser, o nada e o tempo.

até perecer

ou deixar de ser

continuarei amando

sem saber

de onde vem tal pulsão

não! não quero

conhecer

de onde partem

segredos que não são meus

nem da poesia

nem da natureza

tampouco das aventuras humanas.

até morrer

serei alvo

apaixonado

à deriva

sem saber

ou conhecer

viver o desperdício

de cada hora amada.

(O sentido que vem de ti

venta calmaria

em noite de tempestade.)

até morrer

serei náufraga.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 14/11/2008
Reeditado em 14/11/2008
Código do texto: T1284007
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