Decepção (Poeta? Quem?)

Pular de cabeça no rio claro

Sem saber que o fundo é de facas afiadas.

E o coração já nem mais dói, pois é calo,

E eu me calo.

O desespero já nem toma mais conta,

Ou me toma e não me conta.

Só vou ter que aprender a não sonhar com seus olhos,

Já que não mais me miram, só me atiram.

Indubitável, porém é que sou devoto.

Devoto indireto da dor

E por quanto mais o calo cala,

Mais aperto à calejar.

Pois na verdade,

O coração do poeta

Ou do pateta

Só bate quando batem.

Vinícius Lima
Enviado por Vinícius Lima em 04/01/2009
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