Nada é para sempre

Revirei o verso para encontrar dois tantos

Uma nova forma de tentar conter o pranto

Coisas incontidas pelas veias da dor...

Já não existe diálogo, contato dos olhos

Entendimento não há, não bate o coração

Torna-se grande, bem grande, grande suficiente

A lacuna que nos distancia. O caos.

O recipiente que invento e reinvento

De verdades que não podem ser medidas

E quantas mentiras temos de inventar

Para tornarmos civilizados, nos tolerarmos.

Trabalhando palavras pelo avesso

Crio o verso invertido, vertido pela fusão

De querer dizer coisas que já sabemos...

Somos desafeto, nosso afeto já se foi

E essa vida assim não pode mais continuar

Deixemos o orgulho para depois.

Agora nossas vidas choram dizendo para nós

Que já é hora de partirmos, irmos separados

Não somos mais um, somos dois

Revirando os versos para encontrar tantos tantos

De dizer coisas que sempre deixamos para depois.

A hora é de partir enquanto há tempo

De encontrar novo amor, redescobrir a vida

Antes que o desamor faça de nós ruínas

Seres insensatos, vidas mal resolvidas.