Em vão

Enquanto eu dormia

Foram-se jambos e janeiros

Teus olhos de segredo

Aquelas sagradas mãos

As tardes febris

O passaredo expedito

Circo, pipoqueiro

O cisco das estradas

Cimos dos Picos

As cadeiras de vime

Os doces de manga

Zé Mariano, Assis, 'Ricota, Maria Gorda

Tudo virou saudade

Mas dói aqui

Quando inverna

Gastei toda minha vida

Para ser um imortal

Qual cientista

Que dobrados os ’oitenta

Descobriu, num afã,

O último, mais extraordinário e inútil

Elemento químico

Que reformará a tabela periódica

E jamais terá uso

Que é dos horizontes

Que só olhos tupys avistaram ?

Marconi Barros
Enviado por Marconi Barros em 11/03/2009
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