COBAIA

Enquanto houver raiva

tenho esperança de matar o que sinto por você.

Isso vai morrer aos poucos,

espremido,

amassado,

de um jeito que não sei como vou conseguir,

mas é o que estou fazendo.

Vou matar o que sobrou,

e vou eliminar as lembranças de tudo o que foi bom.

Porque se ao final só ficaram sentimentos ruins

aquilo que foi bom não vale de nada.

Não quero,

pois nada daquilo me pertenceu de verdade.

Vou esquecer,

porque nada daquilo era pra mim.

Era uma fuga,

uma vontade estúpida de fugir do que você sentia.

Da dor que você sentia.

E eu fui a cobaia.

Fui bem usada,

isso não poso negar,

mas essas mesmas mãos que me manipularam,

agora me jogam fora.

Me descarta de vez,

vai ser mais fácil pra mim,

vai ser mais fácil pra você.

Diana Marques
Enviado por Diana Marques em 05/05/2006
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