O regime de todo mal

Eu que, nasci das quimeras perdidas de algum verme maldito

Absorvo toda essa incoerência mal dita.

Com o peso e o fardo de tudo, quanto pode ser dito

Sou a escória de um povo socialmente perdido.

Com muito, pouco. Quase nada – tudo, ainda envaidecido

De ter em minhas mãos, a morte de um ente querido.

O ódio silenciado à noite, não adianta o passo

Na escuridão que me cerca. A cerca, de um pobre passado.

Que nem pôde construir algo, nem com apreço

Tão pouco, ciência. Mas eu, só eu e não mais ninguém

Assisto a isso - me deliciando. E adormeço

Sonhando com palavras não ditas, em momento algum.

Sou a memória de alguém que jamais existiu

E de quem, ninguém nunca viu – na escuridão de um

Sem memória – sou feito de puro astro

Do qual, eu jamais pude ver, ou presenciar.

Muito menos, sentir. Ah, quem dera sentir...

O que ninguém nunca viu.

Marcelo Luna
Enviado por Marcelo Luna em 10/04/2009
Reeditado em 10/04/2009
Código do texto: T1531609
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