Desilusão...

Ardilosas manhãs brincam...

E os sentimentos confundem.

Dificultam todos os encontros

Como sarcásticas mãos que torturam

E riem do sofrimento que criam...

Pobres seres humanos machucados,

Escravos desse riso, em torvelinho,

Que se diverte ao ver chorar os sofredores

E os que amaram e viveram só de espinhos...

Na tarde, a cascavel esbranquiçada,

Sacode seus guizos e arma botes

Contra o indefeso passarinho

Colocado em sua cova serpentária.

À noite vem com sua bocarra aberta

E ri das dores dos pobres andarilhos

Que procuram não-se-quê, sem saber o não-sei-onde,

E buscam-se a si mesmos sem saber os seus caminhos...

Somos atores, pobres saltimbancos,

Ante o olhar do dono da triste e pobre troupe...

Não sabemos quem somos nem quais nossos caminhos...

Obedecemos como hipnotizados, figurinos...

A madrugada talvez sufoque as dores

Trazendo-nos a manta da escuridão lasciva;

No escuro, talvez, caiamos nos buracos

Que armamos para nós, nossas próprias armadilhas...

- E, tudo isso, em nome do amor...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 19/07/2009
Reeditado em 19/07/2009
Código do texto: T1708023
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