§ No meio do temporal §

Debaixo do temporal

Os paços vão pelas ruas

Um corpo nu e ferido

Arranhões na alma e no peito

Nada parece fazer sentido

No denso de um crepúsculo

Onde nada tem mais vida

A não ser a dor nessa ferida.

A escuridão paira total

Dura e cruel

Pega-me com tuas mãos frias

Estilhaça-me feito papel.

Sinto os arredores de meu peito

Latejarem, agonizarem de dor,

Vejo a lua nova surgir,

Impiedosa como este amor.

Sinto meus pés congelarem sobre chão

Sinto as gotas de sangue caírem

Desta ferida em meu coração

Continuo vagando

Sob o total deste eclipse

Continuou te aguardando,

Espero que explique-se.

Já me encontro uma morta-viva

Assassinada com tua partida

Já não me lembro mais

O que era me sentir quente

Meu sangue esfriou com seu adeus

Por este amor estou doente.

Sinto a calçada fria beijando a pele de minha face

A aurora fria já vem me abraçar.

Com traços frios o sol renasce

Neste cinzento amanhecer

Estou a chorar.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 28/07/2009
Reeditado em 28/07/2009
Código do texto: T1724472