De onde estou

De onde estou,

não vejo o céu,

o nevoeiro o encobre

- ele se distancia de mim.

De onde estou,

as luzes se apagaram,

as ruas se confundem,

não consigo decifrar.

De onde estou,

pairam os disfarces e contrastes,

levantam-se mortalhas,

não posso esclarecer.

De onde estou,

amostras se adiantam,

letreiros se precipitam,

a tudo me sinto incógnita.

De onde estou,

fugiram as alternativas,

perderam-se os desafios,

atônita me desfaço no vazio.

São Paulo, 27 de julho de 2009.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 29/07/2009
Código do texto: T1725479
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