Invariáveis
Você sempre será você,
e eu sempre serei eu.
Mesmo querendo provar o contrário,
infeliz constante da vida.
Eu, sempre procurando outra coisa,
Outra coisa pra tentar dar sentido à vida
Outra coisa pra se pensar antes de dormir
para imaginar, sonhar, idealizar...
E você sempre de pé,
lutando, rezando, suando,
e sempre vivendo,
e sempre aceitando...
pois se o sofrer vem,
logo virá o prazer...
e tudo tem seu tempo.
Basta acreditar!
(Mas não me diz como!)
E eu que não percebo o dia,
você que não vive a noite.
Eu que choro antes de dormir,
você que deita com outro.
Eu que acordo sem querer levantar,
você que não desce à realidade.
E sempre seremos dois,
distintos, desconhecidos,
apenas multidões a se olhar,
e dia pós dia,
eu tento não pensar,
e você não me enxerga...
como variáveis que não variam.
Como variáveis,
tudo é sempre tão estranho
tudo é sempre tão desconhecido
tudo tanto o mesmo
tudo tão muito
muito ruim, muito só,
tudo tão frio aqui...
sem ninguém para conversar, para abraçar.
E você tão você...
e nós tanto quanto sempre fomos,
invariáveis
nem mais eu mesmo aqui.