Invariáveis

Você sempre será você,

e eu sempre serei eu.

Mesmo querendo provar o contrário,

infeliz constante da vida.

Eu, sempre procurando outra coisa,

Outra coisa pra tentar dar sentido à vida

Outra coisa pra se pensar antes de dormir

para imaginar, sonhar, idealizar...

E você sempre de pé,

lutando, rezando, suando,

e sempre vivendo,

e sempre aceitando...

pois se o sofrer vem,

logo virá o prazer...

e tudo tem seu tempo.

Basta acreditar!

(Mas não me diz como!)

E eu que não percebo o dia,

você que não vive a noite.

Eu que choro antes de dormir,

você que deita com outro.

Eu que acordo sem querer levantar,

você que não desce à realidade.

E sempre seremos dois,

distintos, desconhecidos,

apenas multidões a se olhar,

e dia pós dia,

eu tento não pensar,

e você não me enxerga...

como variáveis que não variam.

Como variáveis,

tudo é sempre tão estranho

tudo é sempre tão desconhecido

tudo tanto o mesmo

tudo tão muito

muito ruim, muito só,

tudo tão frio aqui...

sem ninguém para conversar, para abraçar.

E você tão você...

e nós tanto quanto sempre fomos,

invariáveis

nem mais eu mesmo aqui.

Poeta Morto
Enviado por Poeta Morto em 17/06/2006
Código do texto: T176935