Para ser esquecida

Para ser esquecida

Você foi a mentira que a minha soberba quis acreditar

O personagem improvável que minha vaidade ousou criar

A louca fantasia que nunca fez o menor sentido

A ilusão impossível da minha libido.

Você foi o jogo de azar que eu quis apostar

Dados viciados, nenhuma chance de ganhar

Você era a miragem que prometia o fim da sede

Só encontrei dor e solidão preso na sua rede.

A quimera absolutamente irrealizável

O sonho muito além do improvável

Você era nada fantasiada de tudo

Para quem tolamente baixei meu escudo.

Personificação do meu desejo mais profano

Truque barato, mambembe, tolo engano

Você fingiu ser exatamente o que eu queria

Simulou vida numa pessoa estéril, oca, vazia.

Você não vale uma molécula da minha dor

Carrega em si o veneno dos espinhos da flor

Você não merece sequer ser lembrada

Rogo que com esses versos, seja sumariamente apagada.

Leonardo Andrade