Meu Bandolim
Meu Bandolim está largado
Na sarjeta, por mágoa
Da perda de um grande amor.
Um amor choroso,
Que soava em suas cordas
Na Lapa, em Santa Tereza
E nos mais inóspitos lugares
Do subúrbio carioca.
Mas um dia o mágico
Morreu e o Bandolim
Foi esquecido e maltratado na sarjeta;
Na sarjeta perdeu o seu brilho,
As suas cordas e o seu encanto
Pelas ruas...
Meu Bandolim está largado
Na sarjeta, por mágoa
Da perda de um grande amor.
Como eu posso salvá-lo
Se estou morto e ao céu
Vejo ele tão maltratado e esquecido
Pelos seus irmãos de brio,
E claro de Chorinho.
Na Lapa, em Santa Tereza
E nos mais inóspitos lugares
Do subúrbio carioca, não se fala mais
Do meu Bandolim.
O seu amor era o soar
Das notas mais belas de Carinhoso
Ou de Barracão, músicas que o levava
Ao delírio e a paixão.
Porém um dia o mágico músico
Adoeceu e morreu, deixando
O seu Bandolim na sarjeta,
Sem ao mesmo podê-lo salvá-lo.
Meu Bandolim,
Meu Bandolim,
Foi-se enfim de amor...
10/09/03